quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

SESSÃO SÁBADÃO - #37ª EDIÇÃO (ESPECIAL OSCAR 2017)

Pra quem conhece o blog de longa data, deve estar se perguntando de maneira confusa: "Ué, mas a Sessão Sábadão, este quadro que eu amo tanto, não é só de domingo???". Realmente. Mas fique tranquilo, que para isso tem explicação.
Da data presente até 26 de Fevereiro, o dia da premiação do Oscar, o "Eu e o Cinema" estará passando por uma fase dedicada exclusivamente a cerimônia mais importante da sétima arte. Sendo assim, todos os posts e matérias que o blog regularmente publica no dia a dia, terá o Oscar como assunto central. Dentro disso, a "Sessão Sábadão" terá uma grande importância, pois todos os filmes que foram nomeados na categoria de "Melhor Filme" nessa edição, terá a sua análise individual. Dito isso, vamos as contas: a "Sessão" é um quadro dominical, e da data atual até o dia da premiação temos mais cinco domingos. Porém, a categoria indicou nove longas. Então para que todos eles fossem citados, foi decidido que terão duas "Sessões Sábadão" por semana até lá, e elas serão postadas todas as quartas e domingos.... Ufa... Entendeu? Tá mais calmo? Então chega de delongas e vamos para o que interessa!


A Qualquer Custo - 2016

Elenco: Ben Foster, Chris Pine, Jeff Bridges, Gil Birmingham e Katy Mixon

Nota (0/10): 9,5
Dirigido por David Mackenzie, que já fez coisas muito boas (como "Encarcerado" de 2013) e também coisas bem insossas (como "Jogando com Prazer" de 2009), "Á Qualquer Custo" é um drama policial que conta sobre a vida de dois irmãos assaltantes que pretendem executar o último grande roubo de suas vidas, mas estão sendo constantemente perseguidos por um veterano delegado de polícia.

PRÓS: Para começar a falar de "A Qualquer Custo", um fato inegável deve ser ressaltado. Não há originalidade na premissa central do roteiro. Afinal, um filme que conta sobre uma dupla de ladrões que deseja efetuar seu último grande golpe e fugir das emboscadas policiais já foi feito antes em Hollywood. Tendo isso em mente, o trabalho árduo da produção é contar essa história comum de uma maneira extraordinária que invista o espectador ao máximo. E isso ocorre de maneira milimétrica nessa película. Extremamente direto, crú e sem sentimentalismo demasiado, o filme não descansa e toma a atenção de quem o assiste em cada sequência de ação, em cada lugar em que se passa e em cada diálogo que se fala. E por falar em diálogos... Que diálogos, meus amigos. Afiados, tensos, sarcásticos, é sem dúvida nenhuma, um dos pontos fortes do roteiro.
Se voltarmos nossos olhos para os termos técnicos do longa, conseguimos diagnosticar outras excelências. Como por exemplo, a bela fotografia amarronzada que realça o cenário e o deixa visceral e realista. Esse realismo também sofre fortes influências do figurino usado pelos personagens. Muitas vezes encardido e surrado, o espectador consegue sentir as todas as mazelas da origem dos protagonistas, sem que eles digam uma palavra.
No quesito atuação, temos mais um ponto positivo. Inspirados, o elenco que compõe o núcleo principal da trama dão um show em um surpreendente exemplo de execução de personagem. A começar por Jeff Bridges, que não faz nada de diferente do que ele já tenha feito antes, mas diferente de muitos por aí, não o fez de forma automática. A interpretação do veterano ator é tão competente, que o mesmo está concorrendo ao Oscar de "Melhor Ator Coadjuvante" nessa próxima edição do Oscar. Outros que merecem uma estrondosa salva de palmas, é a dupla Ben Foster e Chris Pine. Enquanto um demonstra uma personalidade instável, cínica e enrustidamente violenta, o outro completa dando vida a um personagem menos articulado, mais controlado, porém eternamente arrependido pelas escolhas passadas. O trabalho é tão bem feito, que a química entre os dois simplesmente flui.
Por fim, vale falar que "Hell or High Water",no oficial, tem um ótima e contundente crítica contra o enganoso sistema bancário e suas burocracias. Se você deseja um vilão para odiar nessa história, odeie os bancos.