domingo, 25 de março de 2018

SESSÃO SÁBADÃO - #99ª EDIÇÃO

Prestes a terminar o primeiro trimestre de 2018 (o ano tá voando!) e á uma semana da centésima edição da Sessão Sábadão, vamos de um filme que foi lançado no ano passado mas chegou aos cinemas brasileiros apenas nessa semana: "Last Flag Flying" que no Brasil recebeu o título de "A Melhor Escolha"). Então prepare seus óculos e sua bandeira e vamos para a nossa crítica de número 99...

A Melhor Escolha - 2017

Elenco: Bryan Cranston, Steve Carell, Laurence Fishburne, J.Quinton Johnson, Yul Vazquez e Cicely Tyson.


SOBRE O FILME:
Passado no ano de 2003, o longa acompanha a jornada de Larry "Doc" Shepherd, um ex-militar da marinha que após perder seu único filho na guerra do Iraque, decide reunir seus antigos amigos do Vietnã para uma jornada em busca dos seus direitos para enterrá-lo em sua cidade natal. O filme é dirigido por Richard Linklater, cineasta conhecido pela trilogia "Antes do Amanhecer" de 1995, "Antes do Pôr-do-Sol" de 2004 e "Antes da Meia Noite" de 2013, fora os cultuados "Escola do Rock" de 2005 e "Boyhood" de 2014.

PRÓS: A primeira coisa que precisamos salientar nesta obra, é que assim como a maioria dos filmes de Linklater, "A Melhor Escolha" não tem "grandes ambições". É um roteiro que trata uma história trivial investindo seu tempo em diálogos naturais e situações familiares. Dito isso, pode-se acrescentar que o cineasta se sai bem mais uma vez, e consegue trabalhar com muita fluidez e dinamismo em cima daquilo que o próprio longa propõe.(1)
Ainda falando sobre o roteiro, temos na trama dramática que aborda assuntos como o luto, o envelhecimento e o arrependimento. Mesmo assim, é possível encontrar elementos cômicos que funcionam com bastante eficiência, deixando a obra mais leve sem subtrair sua relevância.(0,5)
Nos quesitos técnicos, mais pontos positivos devido a maneira competente que eles são realizados. Destaque para a belíssima fotografia, um trabalho de edição correto e uma boa trilha sonora.(0,5)
Mas entre todos estes acertos, o verdadeiro poder do filme está na química de seus protagonistas. Talentosos, cada um entrega atuações repletas de personalidade que transforma a experiência de acompanha-los em uma aventura curiosa, enternecedora e até mesmo emocionante. Enquanto Laurence Fishburne dá vida a um homem religioso, porém de carne osso, Steve Carell entrega uma performance tímida, quase calada, transpassando mesmo de forma internalizada toda a dor e a revolta de seu personagem. Mas quem brilha aqui é Bryan Cranston! Em uma interpretação "macro-sentimental" que passeia entre o deboche, o ceticismo, o sarcasmo, sem deixar de lado a fraternidade, o saudosismo e a sensibilidade, ele é quem recebe mais material do roteiro e se sai muitíssimo bem.(1,5)