domingo, 19 de maio de 2019

SESSÃO SÁBADÃO - #116ª EDIÇÃO

E estamos apostos para mais uma Sessão Sábadão! Hoje chegamos a edição de número cento e dezesseis e falaremos de um longa que passou despercebido nos cinemas brasileiros a pouco tempo: o drama biográfico "O Gênio e o Louco". Com um elenco protagonizado por Mel Gibson e Sean Penn, o filme foi assistido e receberá sua devida análise no post de hoje. Então prepare seus dicionários, seus óculos e sua longa barba grisalha e venha conferir mais uma Sessão Sábadão...


O Gênio e o Louco - 2019

Elenco: Mel Gibson, Sean Penn, Natalie Dorman, Eddie Marsan, Jennifer Ehle, Stephan Dillane, Ioan Gruffud, Steve Coogan e Jeremy Irvine.


SOBRE O FILME:
Primeiro filme dirigido por Farhad Safinia, "O Gênio e o Louco" se passa em meados do século 19 e acompanha a vida de James Murray, um professor que se torna encarregado de editar o mais importante dicionário da língua inglesa. Neste árduo processo, ele acaba recebendo auxílio de um homem louco condenado ao exílio da sociedade.
Baseado em fatos reais, o roteiro se passa nos bastidores do primeiro fascículo do Dicionário de Inglês de Oxford da história.

PRÓS: Engana-se quem pensa que o roteiro de "O Gênio e o Louco" circula exclusivamente ao redor da sua premissa técnica e pouco convidativa, porque não dizer interessante. A história vai mais além do que isso. Repleto de subtramas instigantes e bem conduzidas, o longa se torna muito mais amplo e consegue passear sobre variados temas como a raiva, o medo do fracasso, o perdão, a queda, a redenção e a superação.(1,5)
Outro acerto do roteiro, são os artifícios que ele usa para deixar a sua trama menos técnica e burocrática quanto a sua sinopse propõe. Quase tudo que envolve o arco do personagem do Sean Penn elucida bem esse fator e injeta pulso a história deixando ela bem menos arrastada do que ela poderia ser.(1)
Os quesitos técnicos são muito bons! Vale ressaltar a belíssima fotografia, o bom trabalho de figurino e maquiagem que reportam o século retrasado com muita eficiência, o envolvente jogo de câmeras e a trilha sonora pontual e eficaz. Tudo na medida!(0,5)
O mesmo pode-se dizer dos diálogos. Mesmo não tendo conversações marcantes ou poderosas, esse fator é muito bem elaborado e dificilmente cai em exposições baratas. Claro que em sua maioria, as conversas são rebuscadas e recebem grande carga técnica, mesmo assim são conduzidas de forma natural e compreensível.(0,5)
A obra também brilha pelo seu elenco inspirado! Todos estão muito bem (alguns menos bem aproveitados do que outros como no caso de Steve Coogan) mas alguns merecem destaques individuais. Começando pela forte interpretação de Sean Penn que entrega muito esforço físico e uma dramaticidade voraz. Talentosíssimo, ele entrega sentimentos como paranoia, loucura, medo, arrependimento e bondade com muita propriedade. Mel Gibson é carisma puro! Mesmo em uma atuação comedida, seus olhos passam toda a verdade de seu personagem. Vale destacar também as atrizes Natalie Dorman e Jennifer Ehle. Enquanto a primeira consegue dar a coerência precisa ao arco sentimental complicado de sua personagem, a segunda tem uma performance coadjuvante que complementa a personalidade de um dos protagonistas.(1)