domingo, 9 de abril de 2017

SESSÃO SÁBADÃO - #51ª EDIÇÃO

Aqui estou mais um dia, sob olhar sanguinário do cinéfilo internauta, que espera ansiosamente por mais uma edição da Sessão Sábadão. Sendo assim, vamos a análise de hoje... O escolhido da vez é o filme "Fome de Poder" que é de 2016 mas foi lançado no Brasil neste ano. Então pegue seu sanduíche com dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles e um pão com gergelim, e venha conferir mais esse post.

Fome de Poder - 2016

Elenco: Micheal Keaton, Nick Offerman, John Carroll Lynch, Laura Dern, Linda Cardellini, Patrick Wilson e B.J. Novak


SOBRE O FILME:
Dirigido por John Lee Hancock, o mesmo de "Um Sonho Possível" de 2009 e "Walt nos Bastidores de Mary Poppins" de 2013, "The Founder" (que no Brasil concorre com um dos piores títulos de filmes de 2017) conta os bastidores do nascimento e crescimento do internacionalmente conhecido McDonalds, focando na pessoa de Ray Crock (interpretado por Michael Keaton), um vendedor medíocre que enxerga uma grande oportunidade de sucesso ao conhecer a primeira lanchonete gerenciada por dois irmãos do sul da Califórnia.

PRÓS: Quem conhece os trabalhos anteriores de John Lee Hancock, principalmente os biográficos, sabe que o diretor prefere pegar leve em fatos que podem desabonar a imagem do seu personagem principal e pesar a mão em sua benevolência, para que se tenha mais empatia por parte do espectador. Esse filme, por sua vez, é o que me pareceu menos preocupado com essa questão, e isso é muito bom. Mesmo sendo adaptado, o roteiro não é demasiadamente chapa branca e demonstra fidelidade aos acontecimentos empresariais responsáveis por tornar a rede de fast food no que ela é hoje, independente de ética ou de posturas.(1,5)
Tendo isso em mãos, a ambiguidade que ele pode proporcionar é bem trabalhada pelo diretor, sem tirar o pé do freio totalmente. Desta maneira, o desenrolar da história que envolve negociações, diálogos e jogadas contratuais despertam confusão em quem assiste, pois mesmo que se tome partido por um ou outro personagem, as motivações e ideias do lado oposto são extremamente compreensivas. Seria um erro dizer que o filme não toma partidos, mas ele consegue esclarecer o outro lado da moeda de forma bastante competente.(1,5)
Por fim, destaco os quesitos técnicos e as atuações. O figurino e a construção de tempo são bastante competentes e te insere dentro da perspectiva da época. Nas interpretações, todos estão bem dentro da forma que o longa trabalha cada personagem, como o caso de Laura Dern. Mesmo sendo bastante afetada pelo roteiro, consegue dar uma atuação sincera. Gostei bastante das interpretações de Nick Offerman e John Carroll Lynch. Ambos conseguem passar todo o sentimento de orgulho, de preocupação e desolamento de duas pessoas que construíram algo importante e foram posteriormente prejudicadas por terceiros. Mas quem se destaca de verdade, é Michael Keaton. Carismático e articulado, o ator dá a performance suficiente para segurar o filme.(1,5)