domingo, 11 de fevereiro de 2018

SESSÃO SÁBADÃO - #95ª EDIÇÃO

Hoje é domingo mas é de Carnaval e no domingo de Carnaval a festa só está começando! Para animar mais o seu dia que já deve estar animado, vamos de nova crítica da Sessão Sábadão. O longa analisado da vez é o drama biográfico "O Que te Faz Mais Forte", lançado em 2017 mas recém chegado aos cinemas brasileiros. Então vamos que vamos que o show não pode parar e a Sapucaí é grande...


O Que te Faz Mais Forte - 2017

Elenco: Jake Ghyllenhaal, Tatiana Maslany, Miranda Richardson, Lenny Clarke, Nate Richman, Danny McCarthy, Clancy Brown e Carlos Sanz.


SOBRE O FILME:
Baseado na história real do americano Jeff Bauman, "O Que te Faz Mais Forte" relata e acompanha como a sua vida virou de cabeça pra baixo quando se tornou uma das vítimas do atentado terrorista na Maratona de Boston em 2013 que resultou na perda de suas pernas, e a luta diária em que ele se encontra para resgatar sua dignidade e a vontade de viver.
O filme foi dirigido por David Gordon Green, um cineasta bastante atuante e com uma carreira eclética que contém dramas como "Joe" de 2013, thrillers políticos como "Profissionais da Crise" de 2005 e comédias pastelão (seu forte) como "Segurando as Pontas" de 2008 e "Sua Alteza?" de 2011.

PRÓS: Para iniciarmos com os pontos positivos desse longa, falaremos dos seus ótimos quesitos técnicos que são formados por uma belíssima fotografia, uma edição fluida e correta e um trabalho de maquiagem espantoso. Também vale ressaltar a sua trilha sonora empolgante e os efeitos visuais perfeitos que se tornam uma ferramenta crucial para o andamento da trama.(1)
A premissa principal do filme paira sobre a história de um rapaz que sofreu um enorme baque repentino, mudando sua vida de maneira drástica e definitiva, mas devido a sua força de vontade e a sua coragem, ele tenta se reerguer diariamente. Mesmo sendo promissor, este enredo é um prato cheio para roteiros demasiadamente emocionais, apelativos e manipulativos. Por sorte, "O que te Faz Mais Forte" não cai nesse terreno nebuloso. Claro que existem momentos pesados e dramáticos aqui, mas eles são conduzidos de forma natural e verdadeira. Isso porque o filme também adiciona sentimentos como ambiguidade, anti-heroísmo, egoísmo, humor e pontos de vistas variados a trama, deixando a inserção do espectador a obra muito mais sincera.(1,5)
Ainda sobre o roteiro, ele contém um bom romance envolvendo seu personagem principal. Mesmo ocorrendo de maneira bastante familiar, sua estrutura funciona pois ele é feito de maneira gradativa e realista se tornando extremamente acessível pra quem o assiste.(1)
Para terminar, vamos falar das interpretações. Neste quesito vale ressaltar três nomes: o protagonista Jake Ghyllenhaal que está bem (mais uma vez) e que passa com muita verdade todos os sentimentos cabíveis de uma pessoa simplória que tem sua vida mudada devido a um grande acontecimento, Miranda Richardson que brilha ao interpretar uma mulher que ama verdadeiramente seu filho mas não o compreende e tampouco entende o seu papel na nova fase de sua vida, e por fim, Tatiana Maslany que merecia uma indicação ao Oscar pelo menos de "Melhor Atriz Coadjuvante" (ainda não assisti "A Forma da Água" mas algo me diz que sua performance pode ter sido melhor do que a de Octavia Spencer) devido a uma atuação repleta de personalidade que passeia por uma gama de sentimentos como amor, ódio, remorso, preocupação e sensibilidade. Pra mim, a melhor personagem do filme.(1,5)