domingo, 26 de novembro de 2017

SESSÃO SÁBADÃO - #84ª EDIÇÃO

E vamos que vamos para mais uma edição da minha, da sua, da nossa Sessão Sábadão. Segundo minha matemática, estamos no post de número oitenta e quatro e para celebrar tal marca, vamos analisar o longa brasileiro "Como Nossos Pais". Gostei? Não? Bora descobrir...

Como Nossos Pais - 2017

Maria Ribeiro, Clarisse Abujamra, Paulo Vilhena, Felipe Rocha, Jorge Mautner, Herson Capri e Cazé Pecini.


SOBRE O FILME:
Dirigido por Laís Bondanzky (mesma diretora do excelente "Bicho de Sete Cabeças" de 2001), "Como Nossos Pais" acompanha a vida de Rosa, uma mulher casada e mãe de duas filhas que enfrenta a dificuldade de auxiliar a dura rotina de dona de casa, seu emprego, um casamento em crise e a relação conturbada com sua mãe. Quando a mesma acaba descobrindo um segredo importante sobre sua vida, ela decide reavaliar seus conceitos.

PRÓS: Vamos iniciar as análises positivas pelos quesitos interpretativos do longa. Nem todos os atores do elenco funcionam, isso é bem verdade, mas aqueles que pertencem ao núcleo principal fazem um trabalho extremamente competente. Pode-se salientar as atuações de Clarice Abujamra (que passa todas as nuances de uma mulher vivida e levemente amargurada, mas sem arrependimento em seus erros), Paulo Vilhena (que dá o tom perfeito para um personagem passivo-machista que demonstra seu pensamento sexista em diálogos super pontuais) e de Felipe Rocha (que demonstra muita fluidez no papel de um cara galanteador travestido de pseudo homem esclarecido). Mas o destaque vai pra Jorge Mautner e principalmente, Maria Ribeiro. Enquanto ele consegue injetar carisma em sua interpretação mesmo não sendo um ator de ofício, a atriz carrega o filme nas costas dando um show á parte. A construção de sua personagem consegue cativar uma gama de sentimentos por parte do espectador, assim é possível que você torça por ela, tenha raiva em alguns momentos e a compreenda em outros. Uma puta atuação!!!(2)
Nos quesitos técnicos o filme também se sai muito bem pois contém uma bela fotografia, uma edição competente e uma trilha sonora que se encaixa perfeitamente em sua atmosfera que transformam esse setor em um recurso poderoso para o andamento da história.(1)
É correto dizer que "Como Nossos Pais" tem um elemento feminista inserido em seu roteiro, e isso é feito de maneira muito realista, natural e condizente ao ponto de despertar identificação por parte de quem o assiste. O ponto alto dessa questão, é que o longa não apela para a necessidade de vilanizar a figura masculina recorrendo a exageros caricatos. Isso enobrece e engrandece a obra como um todo.(2)