domingo, 22 de outubro de 2017

SESSÃO SÁBADÃO - #79ª EDIÇÃO

Há alguns dias atrás, esse mesmo blogger que vos fala postou uma matéria aonde há uma breve análise do longa "It: Uma Obra-Prima do Medo" de 1990 (caso não tenha lido, clique aqui) e já que estamos falando do palhaço mais diabólico dos cinemas, nada melhor do que analisar o reboot feito este ano e lançado nos cinemas no início do mês passado. "It: A Coisa" será o filme da septuagésima nona edição da Sessão Sábadão. Então pegue sua capa de chuva amarelo e seu barquinho de papel passado na parafina e siga a leitura...


It: A Coisa - 2017

Elenco: Bill Skarsgård, Jaeden Lieberher, Sophia Lillis, Finn Wolfhard, Jack Dylan Grazer, Jeremy Ray Taylor, Wyatt Oleff, Chosen Jacobs, Nicholas Hamilton e Jackson Robert Scott.


SOBRE O FILME:
No final dos anos 80, uma pequena cidade americana chamada Derry se torna cenário de um misterioso desaparecimento de crianças. Em meio disso, uma turma formada por pré adolescentes auto denominada "Clube dos Perdedores" começam a sofrer experiências com o palhaço Pennywise, a assustadora entidade por trás disso tudo que se alimenta de medo e carne humana. Determinados a dar um fim na matança, eles resolvem combater a temível criatura.
Dirigido por Andy Muschietti (cineasta argentino que realizou "Mama", outro longa de terror lançado em 2013), essa foi a segunda adaptação cinematográfica baseada no livro homônimo de 1986, escrito por Stephen King.

 PRÓS: Vamos começar falando sobre os quesitos técnicos de "It: A Coisa". Pode-se afirmar que a fotografia do filme é um tanto quanto escura, principalmente em cenas de tensão e horror, mas mesmo assim é possível acompanhar tudo que acontece ali. Também é válido dizer que a trilha sonora é bem genérica e não contém nada de especial, mas em nenhum momento se sobrepõe ao filme, desta maneira ela se torna um recurso a mais para fortalecer a atmosfera aterrorizante. Gostei bastante da construção de época que insere o espectador direto aos anos 80 através do figurino, da maquiagem e do cenário. Já os efeitos gráficos são ótimos e não contém ressalvas, se tornando assim, o principal destaque deste quesito que se mostra correto e muito efetivo naquilo que se propõe.(2)
Diferentemente do primeiro longa de 1990, o elenco é muito preciso neste reboot. Todos se saem bem aqui e compõem seus respectivos personagens com muita competência. Meus destaques vão para o ator mirim Finn Wolfhard, que dá uma interpretação recheada de sarcasmo, petulância, humor ligeiramente negro, sem perder totalmente a pureza da infantilidade e para Bill Skarsgård, que interpreta o palhaço Pennywise. Não seria muito justo compará-lo ao Tim Curry (ator que deu vida ao vilão no longa de 1990), pois este teve bem menos recursos para formar sua atuação e mesmo assim conseguiu montar um personagem proporcionalmente assombroso, mas no frigir dos ovos a versão de Skargård acaba sendo mais visceral, mais aterrorizante e quem sabe até atemporal.(1)
O roteiro é um dos pontos fortes da obra pois consegue muitas proezas aqui. Mesmo tendo um elenco bem numeroso, a história elabora cada personagem de maneira bastante satisfatória. Uns menos, outros mais, mas todos recebem sua devida atenção. Outro acerto a ser destacado, é que não se trata apenas de terror sobrenatural, pois o terror psicológico também se faz presente. O bullyng exagerado, a superproteção de uma mãe, o pai abusivo, a morte de um parente próximo. Nada disso é explorado, mas é demonstrado. Desta maneira o longa consegue cativar empatia do público com os seus protagonistas e o senso de preocupação e medo ficam aguçados por parte de quem o assiste.(1,5)