quarta-feira, 15 de março de 2017

BONS REMAKES

Entre várias leis que já estão estabelecidas na sétima arte, existe uma que dificilmente falha. Aquela que diz que remakes de filmes antigos são ruins. Exemplos que comprovam essa teoria tem de monte por aí, mas engana-se aquele que generaliza o segmento e acha que não existe nada de bom nessas produções "requentadas". Embasado nisso, o "Eu e o Cinema" decidiu fazer uma pequena lista, trazendo alguns remakes que não são apenas bons, mas são melhores que o filme original. Vamos lá? Então, bora...


Cabo do Medo (1992)

Dirigido por Martin Scorsese e protagonizado por Robert DeNiro e Nick Nolte, o tenso suspense "Cabo do Medo" lançado em 1992 é um remake de "Círculo do Medo" de 1962, que por sua vez teve Gregory Peck e Robert Mitchum nos papéis principais. A obra original teve boa repercussão entre os críticos especializados e agradou os amantes do bom cinema. Mas a direção primorosamente cadenciada de Scorsese e as atuações magníficas do elenco, principalmente a de DeNiro no papel do psicopata Max Cady, fizeram do remake trinta anos mais novo, um filme tão mais cultuado que de certa forma pulverizou a versão inicial da memória dos espectadores. Mais sombrio, mais envolvente e mais visceral, o longa de 1992 não é só um perfeito exemplo de como se fazer um suspense de primeira categoria, como também faz jus aos remakes que se saíram melhor do que as obras de origem.


Ben-Hur (1959)

A história que situada em Jerusalém e conta a saga do príncipe/guerreiro Judah Ben-Hur já teve várias versões adaptadas para o cinema. Para ser mais exato, foram quatro filmes sobre essa temática. Um curta metragem de 1907, um filme mudo de 1925, uma porcaria lançada no ano passado, e a obra prima de 1959 que é o nosso bom remake em questão. Bom não, maravilhoso remake em questão. Dirigido por William Wyler e com Charlton Heston no papel principal, "Ben-Hur" de 1959 é uma das primeiras super produções da história da sétima arte. Com quase 4 horas de duração, esse épico não foi apenas um sucesso estrondoso de público e de crítica especializada, como simplesmente levou 11 das 12 estatuetas que concorreu na edição do Oscar de 1960.
Caso sua referência de Ben-Hur seja o bisonho longa lançado em 2016, saiba que você precisa assistir o filme de 59 o quanto antes, pois este clássico foi considerado pela National Film Registry, uma obra culturamente, historicamente e esteticamente significante.

Onze Homens e Um Segredo (2001)

O primeiro "Onze Homens e Um Segredo" lançado em 1960, reuniu um elenco de peso que contava com nomes da estirpe de Frank Sinatra, Sammy Davis Jr., Dean Martin e Shirley McLaine, mas não conseguiu arrancar empatia por parte do público e da crítica especializada e acabou caindo em completo esquecimento. Quarenta e um anos depois, Steven Soderbergh, conhecido por ter dirigido sucessos como "Erin Brockovich" e "Traffic", resolveu pegar aquele roteiro e refazê-lo contando com um elenco atual, porém igualmente grandioso. Protagonizado por George Clooney, Brad Pitt, Matt Damon, Julia Roberts, entre outros, o remake foi muito mais bem sucedido nas bilheterias e nas críticas especializadas, que acabou se tornando a versão definitiva da história sobre onze homens que decidem roubar os mais importantes cassinos de Las Vegas em uma única noite.


Dredd (2012)

"Dredd" de 2012 está longe de ser uma obra prima da sétima arte, mas caso seja fã do personagem dos quadrinhos criado por John Wagner e Carlos Ezquerra, o remake é bem melhor do que seu antecessor lançado em 1995 e protagonizado por Sylvester Stallone. Afinal, a obra original dirigida por Danny Cannon foi um completo desastre de bilheteria e de crítica. O cineasta culpou a estrela hollywoodiana pelo resultado do filme e vice versa. Porém, foram necessários 17 anos para que o vigilante/juiz futurista recebesse uma versão cinematográfica decente. É aí que entra "Dredd", que por sua vez foi dirigido por Pete Travis e teve o ator Karl Urban no papel principal. Com uma ação muito mais realista, visceral, explicita e ultra violenta, a produção de 2012 foi melhor aceita pelos fãs por respeitar o universo dos quadrinhos, diferente do que fez a esquecível versão original.


Bravura Indômita (2010)

Neste caso temos duas versões excepcionais. O primeiro "Bravura Indômita", lançado em 1969 e protagonizado por John Wayne, a lenda do faroeste cinematográfico, mesmo tendo uma produção bem problemática entre membros do elenco e diretores, acabou tendo um resultado muito bom, sendo bastante elogiado pela crítica especializada e arrecadando uma bilheteria significante. Quarenta e um anos depois, os talentosos irmãos Coen resolveram pegar aquele mesmo roteiro sobre o plano de vingança de uma jovem menina contra o assassino de seu pai, recrutam um poderoso elenco formado por Jeff Bridges, Matt Damon, Josh Brolin e Hailee Steinfield e entregam uma versão melhorada daquilo que já era bom. O remake foi tão bem aceito, que foi indicado a 10 categorias no Oscar, incluindo a de "Melhor Filme", "Melhor Direção", "Melhor Ator" e "Melhor Atriz Coadjuvante".

Mogli, O Menino Lobo (2016)

Uma coisa que a Disney resolveu fazer nos últimos anos são remakes em live-action de suas principais animações. O próximo da fila será "A Bela e a Fera" que tem data de estréia para os próximos dias. De todas as versões humanas que foram lançadas até agora, nenhuma se destaca mais do que "Mogli, O Menino Lobo" de 2016. Diferentemente dos outros exemplos citados neste post, eu particularmente prefiro a versão original de 1967. Mas como a premissa aqui são bons remakes, o filme lançado no ano passado não fica muito atrás no quesito qualidade. Apesar de ter perdido um pouco da forma lúdica que o desenho proporcionava, o remake eleva alguns elementos a um nível superior devido ao seus efeitos especiais que beiram a perfeição e a sua história que acaba sofrendo um frescor devido algumas alterações pontuais no roteiro. Mesmo assim, a nostalgia que envolve o primeiro longa me faz preferir a animação sessentista.

Scarface (1983)

Muitos não sabem, mas o clássico "Scarface" lançado em 1983, dirigido por Brian de Palma e protagonizado por Al Pacino é nada mais, nada menos que um remake. O original foi rodado nos anos 30 e teve direção de Howard Hawks e produzido pelo seu xará Howard Hughes, um dos homens mais ricos e influentes da época. Já o papel principal do contrabandista Tony Montana, ficou a cargo do ator Paul Muni. No quesito qualidade, o primeiro filme tem um certo charme e consegue ser interessante, mas nem se compara a versão sanguinária, frenética e propositalmente exagerada feita em 1983. Sem falar da atuação de Al Pacino, que foi o grande diferencial do filme e que alavancou tanto sua performance, quanto a película a um status de clássico da sétima arte. Sem dúvidas, um dos remakes mais bem feitos da história do cinema... "Say hello to my little friend"!!!


E aí meu povo! Mais um post finalizado... E vocês, se lembram de mais algum bom remake? Então não deixem de participar através dos comentários, compartilhe com amigos e não esqueça de curtir nossa página no Facebook.


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