quinta-feira, 17 de maio de 2018

ENVELHECERAM MAL

Envelhecer não é privilégio pra uns e pra outros, isso faz parte do ser humano. Tudo depende de como você quer estar na sua velhice e de como vem se preparando pra isso. Suas escolhas definirão se você vai chegar bem ou não a sua melhor idade. Mas quando este blog de cinema resolve postar uma matéria sobre o assunto, na realidade ele está mais interessado em explorar o âmbito cinematográfico da coisa, ou seja, atores e atrizes hollywoodianos que tiveram uma ótima filmografia quando mais jovens e simplesmente decidiram se entregar a diversas produções no mínimo questionáveis quando chegaram a velhice. Várias teses explicam esse fenômeno, como os casos de estrelas hollywoodianas que para não sucumbirem nas dividas abrirão mão de roteiros mais refinados para seus filmes, entre outros exemplos. Mas a verdade é que isso acontece bastante e esse pessoal a seguir faz parte dessa lista. Vamos a eles?!...


Morgan Freeman


O lendário ator Morgan Freeman já tinha mais de 50 anos de idade quando alcançou sucesso em Hollywood. Seu primeiro filme de destaque foi o simpático e premiado "Conduzindo Miss Dayse" de 1989, aonde interpretava o bondoso motorista Hoke Colburn (papel esse que lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar). Depois disso vieram diversos clássicos como "Tempos de Glória" também de 1989, "Os Imperdoáveis" de 1992, "Um Sonho de Liberdade" de 1994, "Se7en" de 1995, "Amistad" de 1997 e por aí vai. Com a chegada dos anos 2000, os filmes de gosto duvidoso começavam a aparecer com mais frequência na filmografia de Freeman, mas ainda havia espaço para obras como "Menina de Ouro" de 2004 e "Invictus" de 2009. De lá pra cá, produções fraquíssimas como "Red" de 2010, "Invasão a Casa Branca" e "Última Viagem a Vegas" de 2013 e "Ben-Hur" remake de 2017 começaram a tomar conta da carreira do ator afastando os clássicos que um dia lhe fizeram frente.


Diane Keaton


Nos anos 70, Diane Keaton reinou absurdamente em Hollywood. Só nesta década, a atriz esteve presente em obras de artes do cinema como "O Poderoso Chefão" de 1972 e "O Poderoso Chefão: Parte II" de 1974, "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" de 1977 e "Manhattan" de 1979. Na sua filmografia, é possível citar outros grandes filmes como "Reds" de 1981, "O Poderoso Chefão: Parte III" de 1990, "O Pai da Noiva" de 1991 e "As Filhas de Marvin" de 1996.
Após anos estrelando bons longas, Diane se tornou mais flexível nas escolhas do seus projetos e acabou entrando em barcas homéricas. Com exceção do bom, porém super valorizado "Alguém Tem Que Ceder" de 2004, nada mais se salva na filmografia da atriz, pelo menos nos últimos dez anos. Uma pena para quem já foi sinônimo de filme bom um dia.


John Travolta


Nos seus primeiros anos em Hollywood, John Travolta já entrava pros anais da sétima arte ao interpretar dois personagens clássicos do cinema: o rei da discoteca Tony Manero em "Os Embalos de Sábado á Noite" de 1977 e o rebelde Danny Zuko no musical "Grease" de 1978, fora a sua participação em "Carrie" de 1976. O ator deu uma boa sumida na década seguinte e retornou aos holofotes apenas nos anos 90 quando Tarantino o convidou para dar vida a outro importante personagem dos cinemas: o confuso gangster Vincent Vega de "Pulp Fiction" de 1994 (atualmente conhecido como um dos gifs mais utilizados da internet). Com essa ascensão, vieram outras boas produções como o sarcástico "O Nome do Jogo" de 1995, o absurdamente divertido "A Outra Face" de 1997 e o reflexivo "Além da Linha Vermelha" de 1998. Com a chegada dos anos 2000, Travolta produziu e estrelou o horrível "A Reconquista" e desde então, as qualidades de seus projetos degringolaram. Com exceção do simpático "Hairspray" de 2007 e o esquecível "A Senha: Swordfish" de 2001, filmes ruins como "Inimigo em Casa" de 2002, "Motoqueiros Selvagens" de 2007 e "Surpresa em Dobro" de 2009 começaram a se tornar bem mais frequentes na filmografia do ator até os dias de hoje.


Antonio Banderas


Após a aclamação dos filmes "Mulheres á Beira de um Ataque de Nervos" de 1998 e "Ata-me" de 1990 (ambos dirigidos por Pedro Almodóvar), o ator espanhol Antonio Banderas foi descoberto por Hollywood e estrelou obras marcantes como "Filadélfia" de 1993, "Entrevista com o Vampiro" de 1994, "A Balada do Pistoleiro" de 1995, "Evita" de 1996 e "A Máscara do Zorro" de 1998.
Com o passar dos anos, Banderas foi perdendo o seu espaço e começou a estrelar filmes bombásticos para continuar relevante. O que era exceção se tornou regra e produções fraquíssimas como "Pecado Original" de 2001, "Era Uma Vez no México" de 2003, "A Lenda do Zorro" de 2005, "Morte por Encomenda" de 2010 e "Os Mercenários" de 2013 se tornaram tônicas na sua filmografia, ofuscando longas interessantes como "A Pele que Habito" de 2011 e o seu trabalho de voz como o Gato de Botas, personagem da franquia "Shrek".


Eddie Murphy


Bombástico nos anos 80, Eddie Murphy era sinônimo de ótimas comédias na TV, no standup e principalmente nos cinemas. Estrelando clássicos como "Trocando as Bolas" de 1983, "Um Tira da Pesada" de 1984, "O Rapto do Menino Dourado" de 1986 e "Um Príncipe em Nova York" de 1989, o ator alcançou um sucesso astronômico se tornando um dos nomes mais importantes de Hollywood naquela época. Na década seguinte, Murphy perdeu relevância considerável mas continuou lançando bons filmes como "O Príncipe das Mulheres" de 1992, "O Professor Aloprado" de 1996, "Dr. Dollitle" de 1998 e "Até que a Morte os Separe" de 1999. 
Com sua carreira em declínio gradativo, o comediante se tornou figurinha carimbada do famigerado "Framboesa de Ouro" graças ao incessante número de filmes ruins que vem estrelando até então. Na lista tem: "Showtime", "Pluto Nash", "Sou Espião" (todos de 2002), "Norbit" de 2007, "O Grande Dave" de 2008, "Imagine Só!" de 2009, e por aí vai...
Pra fazer justiça, vale citar a franquia "Shrek" no qual ele dá a voz ao Burro e o satisfatório "Dreamgirls" de 2006, filme no qual rendeu a indicação ao Oscar de "Melhor Coadjuvante" ao ator.



Sharon Stone


Nem quando estava em alta, a carreira de Sharon Stone foi uma unanimidade. Entretanto, uma vez ou outra ela estrelava grandes obras como "O Vingador do Futuro" de 1990, "Instinto Selvagem" de 1992 e "Cassino" de 1995. Porém, já faz algum tempo (e bota tempo nisso) que a atriz não aparece em nada relevante. Considerando algumas ressalvas como o razoável "Alpha Dog" de 2005 e o regular "Lovelace" de 2013, Sharon esteve presente em um canavial de filmes extremamente ruins... Segura que a lista é grande: "Diabolique" de 1996, "Vítima da Sedução" de 2002, "Mulher-Gato" de 2004, "Instinto Selvagem 2" de 2006, "Ruas de Sangue" de 2009, etc, etc e etc...




Robert De Niro


Para finalizar, o exemplo que mais dói na alma deste blogger que vos fala: Robert De Niro.
Dono de uma filmografia repleta de clássicos que dispensam comentários, o lendário ator é visto por alguns (eu, inclusive) como o maior de todos os tempos. Mas a verdade nua e crua é uma só: De Niro "desistiu" de sua carreira e já faz tempo. Claro que é uma desistência no sentido figurado, mas é muito triste ver a estrela de "Taxi Driver", "Poderoso Chefão - Parte II", "Touro Indomável" e "Os Bons Companheiros" gastando seu talento em obras desastrosas como "As Aventuras de Alceu e Dentinho" de 2000, "O Amigo Oculto" de 2005, "As Duas Faces da Lei" de 2008, "Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família" de 2010, "Última Viagem á Vegas", "Ajuste de Contas" (ambos de 2013), "Tirando o Atraso" de 2016, entre outras. É tanto filme ruim que longas mais regulares como "O Bom Pastor" de 2006 e "O Lado Bom da Vida" de 2012 ficam perdidos no meio deles... #VoltaDeNiro!



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