FILMES QUE VIERAM DOS TEATROS

Nem só de livros e biografias vivem os roteiros adaptados de Hollywood. Muitas das vezes eles também se inspiram em peças teatrais e as tornam obras cinematográficas. Costume esse, que é feito desde que o mundo é mundo na realidade. Sendo assim, o blog "Eu e o Cinema" resolveu juntar nessa matéria os bons e os maus exemplos de histórias que saíram dos palcos e foram parar nas telonas dos cinemas... Vamos lá?!

FILMES BONS

Um Limite Entre Nós (2016)

Escrito por August Wilson, "Fences" estreou nos teatros no ano de 1983 mas foi em 1987 que alcançou sucesso como uma das principais atrações da Broadway. Protagonizado pelo lendário James Earl Jones, a obra recebeu diversas premiações do Tony Awards (tipo o Oscar do teatro) e marcou história nos palcos. Em 2010, Denzel Washington, Viola Davis e grande elenco estrelaram um revival da peça que acabou alcançando notoriedade parecida com a peça original e também recebeu grande reconhecimento. Apaixonado pela história, Denzel resolveu dar um passo a mais e adaptou a mesma para o universo cinematográfico. Sendo assim, em 2016 "Um Limite Entre Nós" (título ridículo que recebeu no Brasil) chegou aos cinemas e foi sucesso de crítica e público resultando em um Oscar de "Melhor Atriz Coadjuvante" para Viola Davis.

Um Bonde Chamado Desejo (1951)

Em 1947 a peça teatral "A Streetcar Named Desire" do dramaturgo Tennessee Williams estreava na Broadway e receberia o Prêmio Pulitzer naquele mesmo ano. Tendo nomes no seu elenco como Marlon Brando e Jessica Tandy, a obra ganhou notoriedade e se tornou um dos grandes eventos culturais de sua época. Demorou apenas quatro anos para que Hollywood se apossasse da história e a tornaria em um dos grandes clássicos da sétima arte. Dirigido pelo lendário Elia Kazan e com o mesmo cast principal da obra teatral (com exceção de Jessica Tandy que foi substituída por Vivien Leigh), "Um Bonde Chamado Desejo" recebeu aclamação total sendo amado e glorificado por muitos até os dias de hoje.

O Auto da Compadecida (2000)

Readaptada nos teatros brasileiros até os dias atuais, "O Auto da Compadecida" teve sua estréia nos palcos no ano de 1956. Baseado nas literaturas de cordel e escrita por Ariano Suassuna, a peça foi e continua sendo um marco cultural do nosso país. Nos cinemas, a obra recebeu sua primeira adaptação em 1969 com o filme "A Compadecida" e até mesmo os Trapalhões fizeram sua versão em 1987 com "Os Trapalhões no Auto da Compadecida". Mas foi em 2000 com o "Auto da Compadecida", que a história recebeu a sua adaptação cinematográfica definitiva. Estrelado por Matheus Naschtergaele, Selton Mello e puta elenco, o longa não só se tornou um dos melhores filmes da história do cinema nacional como ajudou a imortalizar a trama.

FILMES RUINS

Minha Mãe é Uma Peça: O Filme (2013)

Ainda falando de obras nacionais vale lembrar o caso de "Minha Mãe é Uma Peça". Sucesso em meados da década passada, a peça escrita e estrelada por Paulo Gustavo se torna grande fenômeno no cenário carioca e acaba conquistando o Brasil devido ao roteiro inspirado e o jeito único do ator de dar vida a uma personagem feminina baseada em sua própria mãe. Com a peça em ascensão e com o nome do comediante em evidência, a história foi readaptada para os cinemas em 2013 e acabou se tornando um grande sucesso de público mas gerando bastante controvérsias na crítica especializada. "Minha Mãe é Uma Peça: O Filme" não é de todo ruim mas está longe de ser uma boa comédia. Mesmo que acerte em uma piada ou outra, é uma obra cinematográfica mal feita, mal convertida e de pobre execução, que devido a grande bilheteria que conquistou acabou resultando em uma continuação enfadonha que consegue ser ainda pior.

Rock of Ages: O Filme (2012)

Escrita por Chris D'Arienzo, "Rock of Ages" estreou na Broadway em 2005 e foi vista como uma ode muito bem feita do bom e velho rock and roll dos anos 80. Nos palcos, o musical conquistou grande público e brindou os amantes do gênero com clássicos do porte de "The Final Countdown" da banda Europe, "We're Not Gonna Take It" dos Twisted Sisters, "Dont Stop Believin" da banda Journey, entre outras.  Anos depois, mais precisamente em 2012, Hollywood resolveu adaptar a peça para os cinemas sem contar com ninguém do elenco original e os substituindo por um grande, porém não tão inspirado elenco, para estrear "Rock of Ages: O Filme". O resultado foi um filme esquecível, tolo, sem alma, que até tem seus bons momentos, mas é completamente isento da essência do musical da Broadway.

Horas de Desespero (1990)

Baseado na antiga peça do dramaturgo Josepph Hayes, "The Desperate Hours" teve uma primeira adaptação de sucesso em meados dos anos 50. Protagonizado por Humprey Bogart, o longa recebeu grande aclamação e chegou a receber premiações importantes como o National Board of Review em 1955. Mas como Hollywood é insaciável, a trama foi refilmada em 1990 pelo diretor Michael Cimino e protagonizado por Anthony Hopkins e Mickey Rourke. O resultado foi péssimo, tanto que o segundo longa caiu no esquecimento e até chegou a concorrer em algumas categorias do Framboesa de Ouro.

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