segunda-feira, 29 de novembro de 2021

COLETÂNEA: OS TRAPALHÕES

Último dia de novembro e estamos aqui para se despedir postando a coletânea cinematográfica da vez. E nessa edição, ao invés de listarmos os sete melhores trabalhos da filmografia de algum ator, atriz, diretor ou roteirista iremos destrinchar a carreira de um grupo cômico, mais especificamente Os Trapalhões, afinal Didi, Dedé, Mussum e Zacarias só não fizeram história na televisão como também pavimentaram o cinema brasileiro. Então sem mais delongas, vamos ao que interessa...



PRIMEIROS TRABALHOS

O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão (1977)


Elenco: Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum, Monique Lafond, Francisco Di Franco, Vera Setta e Wilson Grey.
Antes do lançamento deste longa, Renato Aragão e Dedé ja tinham feito alguns filmes na década anterior em uma época que ainda não eram reconhecidos como a maior trupe cômica da TV brasileira. Em 1977, quando já estavam estabelecidos e eram um dos destaques da Rede Globo, Os Trapalhões estrearam aquele que seria o seu primeiro projeto cinematográfico e o mais assistido até hoje. Com mais de cinco milhões de espectadores, "O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão" chegou chegando e abriu com o pé direito aquela que seria uma filmografia extensa e rentável.
Bem avaliado, a comédia acompanha os amigos Pilo (Renato Aragão) e Duka (Dedé Santana) que por uma bela recompensa pretendem salvar um famoso arqueólogo preso nas minas do Rei Salomão.
Uma curiosidade sobre este longa é que o personagem Zacarias não fez parte pois estava compromissado nas gravações de outro filme.


O PRIMEIRO GRANDE BOOM!

Os Trapalhões na Guerra dos Planetas (1978)


Elenco: Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum, Zacarias, Pedro Aguinaga, Emil Rached, Carlos Kurt, Arlete Moreira e Cristina Rocha.
Um ano após o lançamento de seu filme de maior bilheteria, Os Trapalhões resolveram surfar no hype da então recém lançada saga "Star Wars" dando origem a "Os Trapalhões na Guerra dos Planetas".
Chegando na marca de um pouco mais de cinco milhões nas bilheterias, o longa acompanha o quarteto em mais uma jornada de resgate, dessa vez no espaço a convite do príncipe Flick.
Apresentando versões tupiniquins e de pouco recurso de personagens como Luke Skywalker, Darth Vader e até mesmo do Baby Yoda, esta comédia não tem a mesma qualidade da obra anterior mas vale conferir pela diversão.


THE BIG HIT!

Os Saltimbancos Trapalhões (1981)


Elenco: Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum, Zacarias, Lucinha Lins, Mário Cardoso, Eduardo Conde, Mila Moreira, Carlos Kurt e Ivan Lins.
Após assolar os cinemas com filmes de bilheterias milionárias na transição de uma década a outra, o quarteto humorístico chegaria aquela que por muitos é considerada a sua maior obra prima: "Os Saltimbancos Trapalhões" de 1981.
Numa trama bem mais elaborada em termos de comparação com tantos outros roteiros da trupe, Didi, Dedé, Mussum e Zacarias são funcionários humildes de um circo decadente que unem forças com uma jovem bailarina em busca de seus sonhos.
Engraçado, reflexivo, encorpado e contemplativo, a obra consta dentre os 100 maiores filmes da história do cinema nacional segundo a Abraccine e detém a marca de ser o primeiro longa metragem a fazer este blogger que vos fala chorar (a cena do cavalo de pau me quebra).


MANTENDO A QUALIDADE

Os Vagabundos Trapalhões (1982)


Elenco: Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum, Zacarias, Fábio Villa Verde, Louise Cardoso, Edson Celulari, Denise Dumont, Izabella Bicalho, Fernando José e Carlos Kurt.
Ainda colhendo os louros de "Os Saltimbancos Trapalhões" devido a sua ótima repercussão, o quarteto não se deu por satisfeito e um ano depois já estava lançando novidade no cinema. Inspirado nas obras de Charlie Chaplin, "Os Vagabundos Trapalhões" de 1982 acompanha Bonga (ao invés de Didi) e sua turma de andarilhos que vivem ajudando crianças abandonadas a encontrarem moradia, porém as coisas mudam quando um menino rico decide acompanha-los para deixar pra trás a falta de afeição paterna.
Elaborado, engraçado, fraternal e com um plot twist engenhoso, a trama consegue fazer bem o que se propõe e mantem Os Trapalhões como nome importante do cinema nacional daquela época.


O REI DA SESSÃO DA TARDE

Os Trapalhões e o Mágico de Oróz (1984)


Elenco: Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum, Zacarias, Xuxa Meneghel, Dary Reis, Arnaud Rodrigues, José Dumont, Maurício do Valle, Jofre Soares, Tony Tornado e Bia Seidl.
Após uma brusca separação entre Didi e o resto dos trapalhões que resultaram em dois filmes muito abaixo do que se era esperado na época, a trupe resolveu juntar os trapos novamente e logo em seguida lançaram o ótimo "Os Trapalhões e o Mágico de Oróz".
Dirigido por Dedé Santana, o longa faz uma versão sertaneja do clássico "O Mágico de Óz" trazendo Didi, Dedé como o medroso Delegado Leão, Mussum como Homem de Lata e Zacarias como Espantalho na busca de um mágico que pode conceder todo e qualquer tipo de desejo.
Fora o humor e a química pontual da trupe, o filme também conta com um roteiro envolvente, críticas sociais e políticas pertinentes e uma trilha sonora que fica na cabeça e embalou inúmeras tardes televisivas sempre que reprisava na Sessão da Tarde. Inesquecível!


O PURO SUCO DA COMÉDIA INFANTIL NACIONAL DOS ANOS 80!

A Princesa Xuxa e os Trapalhões (1989)


Elenco: Renato Aragão, Xuxa Meneghel, Dedé Santana, Mussum, Zacarias, Paulo Reis, Juninho Bill, Luiz Carlos Lacerda e Amanda Acosta.
Os anos 80 foram muito mais que generosos para Os Trapalhões não só na TV como nos cinemas. Com números de bilheteria expressivos a cada filme que se lançava, o céu já era limite ultrapassado. Sendo assim, como fazer mais um projeto que seja tão (ou mais) relevante e expressivo do que ja tinha sido feito até ali? A resposta foi prática: juntar o quarteto com a maior apresentadora de programas infantis da época e pronto, sucesso estrondoso. Assim chegou as telonas "A Princesa Xuxa e Os Trapalhões" em 1989.
Numa trama sci-fi futurista trash cult puxado pra um quase cosplay, Xuxa é uma princesa aprisionada que pensa que a vida fora de seus aposentos corre as mil maravilhas, mas ao ser alertada da realidade pelos guerreiros Dedeon, Mussaim, Zacaling e o Cavaleiro Sem Nome resolve se juntar a eles numa batalha contra um poderoso tirano.
Engraçado e despretensioso, mesmo que não seja o melhor trabalho do grupo, o filme traz a tona a pura nostalgia do final da década de 80 e serviu para encorajar a rainha dos baixinhos a cair de cabeça no mundo da sétima arte. O resto é história...


O ÚLTIMO BOM TRABALHO

O Noviço Rebelde (1997)


Elenco: Renato Aragão, Sandy, Júnior Lima, Tony Ramos, Patrícia Pillar, Luma de Oliveira, Cláudio Corrêa e Castro, Dedé Santana e Gugu Liberato.
Com a chegada dos anos 90 veio também os tristes falecimentos de Zacarias e Mussum e o eventual fim de Os Trapalhões. A filmografia da trupe também sentiu o baque e a frequência de lançamentos cinematográficos que até então era anual chegou a ficar seis anos sem novidades. Até que em 1997, Renato Aragão decidiu arregaçar as mangas, chamou seu companheiro Dedé Santana para uma brevíssima participação especial e a dupla musical mais badalada do pop infantil da época para co-estrelar e assim nasceu "O Noviço Rebelde".
A despretensiosa trama que acompanha o religioso Didi que sai do Ceará até o Rio de Janeiro para fugir de um perigoso coronel e arrecadar dinheiro para investir na reconstrução de sua igrejinha está longe de ser uma obra notável e unânime, mas levando em considerações os trabalhos mais recentes de Renato Aragão e companhia nos cinemas é o que melhor conseguiu se estabelecer no imaginário infantojuvenil noventista.


Coletânea Os Trapalhões devidamente listada! Menciono honrosamente outros bons filmes do grupo como "O Rei e os Trapalhões" de 1979, a animação "Os Trapalhões no Rabo do Cometa" de 1986, o nonsense "Uma Escola Atrapalhada" de 1990 e o divertido "Os Trapalhões e a Árvore da Juventude" de 1991.
E você? Gostou da lista? Alteraria algum filme por outro? Deixe seu comentário, compartilhe com amigos e não deixe de curtir a página do "Eu e o Cinema" no Facebook.






 



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